O Que Fazer Nordeste de Amaralina

A Representatividade do Reggae no Nordeste de Amaralina

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Você sempre irá encontrar um representante da cultura reggae pelas ruas do Nordeste de Amaralina, em sua grande maioria no estilo dreadlocks. Afinal, a região é um polo de representatividade artística em todos os âmbitos. Essa cultura é tão forte por aqui que se tornou o estilo de vida de vários moradores. A inserção do reggae na comunidade vem justamente de uma das nossas origens, que é o recôncavo baiano.

O reggae chegou ao Nordeste de Amaralina desde a sua fundação como comunidade, e só nas décadas de 70 e 80, período em que a música jamaicana começou a ganhar força no Brasil, se consolidou. Com raízes profundas na cultura afrodescendente, o reggae rapidamente encontrou terreno fértil nas favelas de Salvador, onde a música sempre foi uma ferramenta poderosa de expressão e resistência.

É do recôncavo baiano que vem o maior representante do reggae do Brasil. Nascido em Cachoeira-São Félix em 1955, Edson Gomes se destaca por suas músicas politizadas, abordando temas como injustiça social, racismo, opressão e a luta pelos direitos humanos. Essas questões são profundamente retratadas em suas canções, ecoando as experiências de muitas comunidades marginalizadas no Brasil.

Foto: Reprodução

A ligação entre o recôncavo baiano e o Nordeste de Amaralina é forte, pois muitos moradores da região migraram dessas áreas para a comunidade. Essa herança cultural e vivências passadas de pais para filhos permanecem intactas. A conexão é ainda mais evidente no período junino, quando muitos moradores do bairro buscam lazer e matam a saudade dos familiares que permanecem no interior.

Mesmo com poucos eventos atualmente na comunidade relacionados ao gênero, as vivências e a cultura do reggae continuam constantes e bem representadas. Isso é evidente nos eventos que acontecem no Parque da Cidade, onde a comunidade comparece em peso. Durante o nosso carnaval, o Bloco Philosofia do Reggae atrai cerca de 500 foliões em sua passagem pelo circuito Mestre Bimba. Na arte, os maiores representantes da comunidade são Fabio Nollasko e Gabby Santana.

Fabio Nollasko

Fabio Nollasko é cantor, compositor, instrumentista e produtor cultural nascido na Santa Cruzr. Iniciou sua trajetória musical aos 10 anos com bateria e tambores. Participou de bandas locais e integrou a Timbalada em 1992, criada por Carlinhos Brown. Sua primeira composição conquistou o 1º lugar no 7º Festival de Música do Sindicato dos Bancários e foi gravada pela banda de reggae Ossos do Ofício em 1997. Em 2001, outra obra sua venceu o Troféu Dodô e Osmar como melhor música do Carnaval de Salvador.

Nollasko já se apresentou com diversos artistas nacionais e internacionais e atualmente lidera a banda Saljahmaica, criada em 2017. Está em pré-produção do seu primeiro EP “Regueiro Nordestino”. Concluiu o curso técnico de produção cultural pela Fundação Gregório de Matos e Pracatum em 2018. Desde então, produz shows, eventos musicais, mostras de arte, aulões de dança e ações sociais.

Gabby Santana

Outra figura importante no cenário reggae da comunidade é Gabby Santana. Cantora, compositora e produtora cultural, Gabby é presidente do bloco Philosofia do Reggae. Sua trajetória inclui participações em festivais na Bahia, no Brasil e na Europa. Ela já dividiu o palco com grandes nomes da música, como Cidade Negra, Paralamas do Sucesso, Edy Vox, Sine Calmon e o próprio Edson Gomes. Gabby foi vocalista das bandas Reggae Reluz e Raízes do Pelô, consolidando-se como uma importante representante do reggae no Nordeste de Amaralina.

A presença do reggae no Nordeste de Amaralina é mais do que uma manifestação musical; é uma expressão de resistência, identidade e cultura. Com representantes como Fabio Nollasko e Gabby Santana, a comunidade mantém viva a chama do reggae, utilizando a música como uma ferramenta de luta e transformação social.