Perda de Identidade e Potencial de Ressignificação
O Nordeste é celebrado e apreciado por sua localização privilegiada na cidade de Salvador, No entanto, ao longo do tempo, parece que perdemos parte de nossa essência e originalidade, particularmente no que diz respeito à arquitetura local. O propósito deste artigo é refletir sobre a perda de nossa arquitetura local, explorando essa transformação e suas consequências.
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Se você parar e comparar o Pelourinho, que é o maior símbolo do patrimônio de Salvador, com o Nordeste de Amaralina, perceberá algumas diferenças significativas. O Pelourinho se destaca pelas suas igrejas, casas coloridas e história rica, o que atrai o turismo e contribui para a ressignificação e valorização desse importante ponto turístico de Salvador, principalmente devido à sua arquitetura colonial. Essa arquitetura era um padrão de desenvolvimento na época da cidade.
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A estética da nossa comunidade é única, mas infelizmente, muitas localidades perderam sua estrutura original. A maioria das casas teve suas fachadas modificadas e algumas ruas, que costumavam ser pavimentadas com as conhecidas “Cabeça de Negro” (pedras ovais trazidas nos lastros dos navios no Brasil colonial, usadas como calçamento nas ruas), foram asfaltadas.
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Atualmente, apenas uma rua em frente ao quartel de Amaralina mantém esse estilo de calçamento, enquanto em Ubaranas, o que costumava ser uma característica marcante da rua, foi perdido com o asfaltamento.
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Dentre as mudanças que transformaram o Nordeste de Amaralina, uma perda particularmente impactante foi a despedida dos coqueiros e árvores que, em tempos passados, embelezavam o bairro. A exuberância verde que uma vez caracterizou a paisagem local cedeu espaço a uma realidade mais árida. A ausência desses elementos naturais não apenas afetou a estética, mas também a qualidade de vida da comunidade, lembrando-nos da importância de preservar o equilíbrio entre o desenvolvimento e a conservação ambiental.
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Quanto às casas, vale destacar que a estrutura de moradia em nosso bairro não era formada apenas por taipas. Ainda é possível encontrar algumas casas que preservaram sua originalidade, com o Coqueiral e Sítio Caruano sendo um exemplos notáveis. No entanto, a maioria das casas segue uma estética que lembra uma favela, o que representa cerca de 99,9% do contexto atual. No entanto, é importante reconhecer que, se coloridas e transformadas, como aconteceu com o Candial, essas casas têm o potencial de se tornar algo espetacular.
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