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“Jamex – O Fim do Medo” e a Coragem como Manifesto

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O filme Jamex – O Fim do Medo, exibido recentemente no Cine Glauber Rocha, é uma obra que transcende os limites do audiovisual e se torna um grito de resistência. Com doses precisas de humor e críticas sociais afiadas, a produção nos conduz por uma jornada onde a arte se torna o manifesto de um jovem que enfrentou não apenas barreiras sociais, mas também os medos internos que o aprisionavam.

Através da arte, Jamex imortalizou suas emoções e pensamentos, decretando o fim de um medo que outrora dominava sua vida. Sua trajetória é uma poderosa metáfora de superação e liberdade, encapsulada em cada cena do filme. Como Djonga recita em sua participação na música Diáspora:
“Se Glauber Rocha fosse vivo, eu dava um filme irmão, com Mariguella, Django e Poderoso Chefão.”

Esse verso ecoa na obra de Jamex, que, assim como Djonga, ergue uma crítica ao sistema e um convite à coragem. Glauber Rocha, um dos maiores nomes do cinema brasileiro, sempre destacou a arte como um instrumento revolucionário, capaz de incomodar, provocar e transformar. Se estivesse vivo, Glauber certamente enxergaria no filme de Jamex um espírito alinhado ao seu próprio.

Assim como Djonga imagina um filme que une símbolos da luta e da resistência, Jamex – O Fim do Medo é uma obra que reafirma o poder da arte como um instrumento de luta. A produção transcende a narrativa cinematográfica comum, consolidando-se como um manifesto de enfrentamento, onde a revolução começa dentro de cada um de nós.

E, nesse contexto, podemos dizer que o filme também dialoga, com o pedido da arte de Jamex pelo homem misterioso (Shinoda). Que após a entrega traz consigo também uma crítica contundente, à forma como a arte é frequentemente subestimada e desvalorizada, mesmo diante do esforço e dos desafios enfrentados por artistas para expor e legitimar suas obras.

“Foi uma experiência nova, porque nunca imaginei que faria parte de um filme. O processo foi bem livre, o roteiro tinha falas, mas havia bastante liberdade para me expressar. Cada personagem tem um pouco de si mesmo no filme, e eu acho que isso traz um toque muito genuíno. Para mim, foi uma experiência fabulosa, e o filme tem essa pegada de leveza, mesmo tratando de questões reais.” concluiu.

Jamex, se alimenta de arte, rompendo as barreiras do medo com talento e criatividade. O resultado é um testemunho do que acontece quando usamos nossas dores e desafios como matéria-prima para a expressão artística: criamos algo atemporal, imortalizamos emoções e, acima de tudo, inspiramos outros a também enfrentarem seus medos. Jamex – O Fim do Medo não é apenas um filme, é um manifesto.