No imaginário popular, somos muitas vezes retratados de forma negativa, e é importante desmistificar essas percepções para que possamos construir uma narrativa mais justa e verdadeira sobre a nossa comunidade. Aqui estão algumas das visões errôneas que enfrentamos e a realidade por trás delas.
Coniventes com o Sistema de Marginalização
Muitos acreditam que somos cúmplices de um sistema que nos marginaliza. Essa desinformação é propagada por aqueles que demonizam nossa comunidade, argumentando que todos os moradores apoiam o errado, usando como justificativa nosso voto em determinados partidos políticos. Na realidade, nossa luta é constante para buscar uma vida digna e justa, apesar das adversidades que enfrentamos.
Só Gostamos de Festa
Apesar das dificuldades cotidianas, nosso investimento mais constante é em festas. Todo fim de semana, lotamos qualquer evento na comunidade. Essa celebração da vida é frequentemente mal interpretada como ignorância. Na verdade, nossas festas são uma forma de resistência cultural e de fortalecimento dos laços comunitários.
Ignorantes e Burros
Somos frequentemente vistos como satisfeitos com o mínimo que nos é oferecido. A negligência com nossa infraestrutura é tamanha que qualquer pequena melhoria, como um asfalto, iluminação, escadaria, poda de árvore, colete para baba, ou padrão esportivo para campeonatos, é usada como auto promoção política em busca de votos. É importante lembrar que, mesmo com esses pequenos avanços, nossa comunidade continua lutando por melhorias significativas e duradouras.
Fáceis de Comprar
Somos tratados como massa de manobra. A prática da boca de urna, mesmo proibida, é comum em nosso bairro. Muitas pessoas, movidas pela necessidade, especialmente mulheres chefes de família, se veem forçadas a aceitar essas ofertas, na esperança de um futuro retorno do candidato. Essa situação evidencia a urgência de políticas públicas que realmente atendam às necessidades da nossa comunidade.
Politicamente Ignorantes e Sem Representantes
Mesmo sendo um bairro com 80.000 habitantes, não conseguimos eleger um representante próprio. Nossas lideranças são divididas e focadas apenas em interesses pessoais. O resultado é sempre o mesmo: os mesmos continuam no poder, e nossa realidade permanece inalterada, ano após ano, sem perspectiva de melhoria. É crucial que a comunidade se una em torno de líderes que realmente representem nossos interesses e lutem por mudanças concretas.
Conclusão
Desconstruir essas percepções negativas é fundamental para que possamos avançar como comunidade. Precisamos ser vistos e ouvidos por quem somos de verdade: uma comunidade vibrante, resiliente e cheia de potencial. É hora de mudar a narrativa e mostrar ao mundo a verdadeira face do Nordeste de Amaralina.
