A comunidade do Nordeste de Amaralina, em Salvador, mais uma vez rompeu barreiras ao ser representada na Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom). O convite para um bate-papo foi mais do que uma honra para a equipe de O Que Fazer No Nordeste: foi o reconhecimento de uma trajetória dedicada à valorização e amplificação das vozes periféricas por meio da comunicação comunitária.
Durante o evento, a equipe compartilhou histórias sobre sua metodologia de trabalho, o impacto na comunidade e o papel essencial que a comunicação desempenha como ferramenta de transformação social. “Falar sobre nossa realidade em um espaço acadêmico é um marco, pois abre portas para reflexões e debates que rompem com os estigmas frequentemente associados às favelas e periferias”, destacou Dener Dublack dos fundador da organização.
![](https://www.oquefazerna.com.br/wp-content/uploads/2025/01/Facom-UFBA-2025.-Creditos-Brenda-Gomes-edited.jpeg)
Resgate Histórico e Construção Coletiva
Uma das pautas centrais do bate-papo foi o resgate histórico promovido por O Que Fazer No Nordeste. Com artigos, reportagens, e conteúdos criativos, a mídia comunitária se dedica a narrar a história da região sem os estereótipos que, por tanto tempo, a marginalizaram. A troca com os alunos e professores da Facom proporcionou um momento de reflexão sobre a importância de dar visibilidade às narrativas periféricas e reconhecer a luta e resistência presentes na construção do bairro.
“A comunicação comunitária vai além de noticiar: ela dá protagonismo a quem sempre foi excluído dos grandes debates. Nossa missão é mostrar a realidade com verdade, sem romantizar ou distorcer, mas reconhecendo a potência da nossa gente,” reforçou a equipe.
Impacto e Futuro
O Que Fazer No Nordeste não se limita à produção de conteúdo. Seu impacto vai muito além do ambiente digital: ele fortalece a autoestima da comunidade e inspira jovens e iniciativas locais a acreditarem em seu potencial. Essa visibilidade tem gerado transformações concretas, desde o reconhecimento de talentos locais até o aumento de diálogos sobre políticas públicas que atendam às necessidades da região.
O convite da Facom reforça a importância de ocupar esses espaços, onde a voz periférica, muitas vezes silenciada, pode ser ouvida, discutida e celebrada. Para a equipe, é essencial que a comunicação seja uma ponte entre a academia e a realidade das comunidades, promovendo mudanças estruturais e estimulando diálogos que incluam todas as narrativas.
“O impacto desse momento na universidade não é apenas nosso, mas de toda a comunidade do Nordeste de Amaralina, que é o coração do nosso projeto. Estar aqui é levar nossas histórias para além das fronteiras do bairro e, ao mesmo tempo, trazer a valorização que merecemos,” concluiu um dos Aylana Ramos co-fundadora da organização.
Reconhecimento e Compromisso
Esse marco na história de O Que Fazer No Nordeste representa um avanço não apenas para o coletivo, mas para todos que acreditam na força da comunicação como um instrumento de mudança. A presença em um espaço acadêmico como a Facom reafirma a legitimidade e a relevância das iniciativas comunitárias e solidifica o compromisso de continuar escrevendo a história do Nordeste de Amaralina com verdade, luta e resistência.
A comunicação tem, sim, o poder de transformar realidades, e o Nordeste de Amaralina está provando isso a cada passo dado.