O Nordeste de Amaralina, em Salvador, é conhecido pela sua cultura de festas e pelo carnaval próprio que anima o bairro. No entanto, ao longo do ano, a falta de organização e investimento em entretenimento local pode ser sentida, deixando a comunidade com poucas opções de lazer. Para muitos jovens, a principal forma de diversão é o Paredão Automotivo, uma prática que gera polêmica devido ao envolvimento em atividades ilícitas, como o consumo de álcool, drogas e o início precoce da vida sexual, além da poluição sonora em horários não permitidos.
Atualmente, a maioria da população de Nordeste de Amaralina é composta por jovens, especialmente mulheres. Ao longo dos anos, a comunidade cresceu e se urbanizou, mudando o estilo de eventos e festas. Se antes o samba junino era a cultura dominante, a falta de investimentos enfraqueceu essa tradição, tornando o Paredão o principal símbolo de festividade na região.
Não se pode ignorar o grande fluxo de pessoas de outros bairros que chegam ao Nordeste de Amaralina toda semana através de Ubers e Vans. A juventude local se produz para esses eventos, criando um tipo de turismo local.
No entanto, as festas semanais frequentemente terminam em tragédia, com a dispersão dos participantes ocorrendo sob tiros e bombas de efeito moral. Cada festa costuma reunir no mínimo 500 pessoas, o que aumenta o caos e o tumulto.
Esse ciclo de violência e desordem pode resultar em consequências desastrosas, como o ocorrido em Paraisópolis. O Massacre de Paraisópolis, em 1 de dezembro de 2019, resultou em nove mortes durante um tumulto no bairro de Paraisópolis, em São Paulo.
Por que esse ciclo não acaba? A falta de alternativas de diversão e entretenimento para os jovens locais, aliada a um ciclo vicioso de violência, contribui para a continuidade desse cenário preocupante no Nordeste de Amaralina.
