O Grupo Sociocultural Repiquesia, oriundo da comunidade da Federação, em Salvador, está realizando um intercâmbio cultural no Japão, que teve início no dia 13 e se estende até 23 de setembro. Essa iniciativa, contemplada pelo edital Mobilidade Cultural da Bahia e apoiada pelo Governo do Estado, através da Secretaria de Cultura, vem sendo recebida com grande entusiasmo pela Embaixada do Brasil no Japão, fortalecendo os laços culturais entre os dois países e destacando a rica herança cultural afro-brasileira.
Sob a liderança do mestre e professor de percussão Geraldo Marques e da produtora cultural Thamara Ferreira, ambos profundamente ligados ao Nordeste de Amaralina por meio da fé, cultura e arte, o Repiquesia tem a percussão em sua essência. Com o objetivo de difundir a rica cultura baiana, o grupo está promovendo workshops de percussão, danças tradicionais e culinária afro-brasileira em solo japonês, passando pelas cidades de Tóquio, Osaka e Kanagawa.
“Essa é uma oportunidade única de mostrar a força da nossa identidade cultural, conectando dois povos que, apesar da distância geográfica, compartilham uma profunda admiração pela tradição e pela arte”, afirma Geraldo Marques, destacando a importância dessa troca.
Além das oficinas, o intercâmbio inclui apresentações percussivas em celebração aos 20 anos do Bloco Barravento, na casa de show WildSide, em Tóquio, e uma palestra na Universidade de Osaka, onde são discutidas as influências da cultura afro-brasileira na música e na arte.
Acolhimento Surpreendente
A produtora Thamara Ferreira também se mostrou surpresa com a recepção calorosa do público japonês: “Em apenas três dias de intercâmbio, vivemos uma recepção calorosa na Embaixada do Brasil e um reconhecimento além das nossas expectativas por parte do público japonês.” A conexão entre as culturas do Brasil e do Japão tem sido motivo de celebração, ampliando o diálogo entre as tradições artísticas dos dois países e estimulando o aprendizado mútuo.
A Força do Repiquesia
Fundado oficialmente em 2013, o Grupo Repiquesia tem como missão a conservação e valorização das raízes afro-brasileiras, com foco especial na inclusão social através da arte. Com atividades que envolvem percussão, memória e concentração, o projeto atende a comunidade em situação de vulnerabilidade social, utilizando a música como ferramenta de desenvolvimento psicossocial e educacional.
O intercâmbio cultural no Japão é mais um passo na trajetória de impacto do Repiquesia, que já promove o fortalecimento da cultura afro-brasileira em Salvador. A expectativa é de que essa troca internacional abra novos caminhos para projetos futuros, contribuindo para a formação de artistas e a transformação social de comunidades periféricas. “Estamos certos de que essa experiência trará novos frutos para a nossa caminhada”, afirma Thamara.
O Repiquesia continua a oferecer oportunidades para crianças, jovens e adultos da periferia, majoritariamente negros, capacitando-os para o mercado artístico nacional e internacional. Com a música como eixo central de suas atividades, o projeto ajuda a afastar os jovens das influências negativas e revela talentos que têm o potencial de transformar a realidade da comunidade.
