O Que Fazer Nordeste de Amaralina

Moradora do Nordeste se forma na Universidade Federal da Bahia utilizando matérias do O Que Fazer No Nordeste.

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Raira Gonzaga, formada em pedagogia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) e moradora do Nordeste de Amaralina, encontrou no O Que Fazer No Nordeste uma base essencial para o desenvolvimento do seu Trabalho de Conclusão de Curso. Intitulado “Suspensão de aulas como negação do direito à educação: retrato da violência urbana no complexo do Nordeste,” o TCC explorou a realidade da comunidade em que cresceu.

A escolha do tema e a contribuição do O Que Fazer No Nordeste

Ao explicar sua escolha, Raira revelou que o tema inovador exigia fontes além dos muros da universidade. Foi então que encontrou em nossas matérias o embasamento teórico necessário para discutir a historicidade, cultura e desafios do Nordeste de Amaralina.

A matéria sobre a “origem do nome da comunidade ajudou na apresentação do campo pesquisado, enquanto Do samba ao paredão trouxe uma análise cultural rica e significativa para o trabalho. “Essas matérias foram fundamentais para destacar o significado cultural do paredão e empoderar a periferia no ambiente acadêmico, que muitas vezes é elitista”, afirmou.

Representatividade e impacto acadêmico

Para Raira, levar temas da sua comunidade para a universidade foi um ato de resistência e transformação. “É essencial mostrar que existem pessoas periféricas dentro da universidade, representando suas comunidades e trazendo à tona as realidades que acontecem fora dos muros da academia”, destacou.

No entanto, o objetivo de seu trabalho não foi apenas quebrar estereótipos. “Minha intenção foi denunciar como o poder público afeta negativamente a educação dos moradores de comunidades periféricas”, explicou. Além disso, Raira chamou atenção para a problemática do uso da palavra complexo, frequentemente associada à violência e à estigmatização.

Descobertas sobre a comunidade

Durante o processo de pesquisa, Raira mergulhou na história do Nordeste de Amaralina e se encantou com o que descobriu. “Mesmo ao abordar aspectos negativos, foi muito significativo ampliar meu entendimento sobre o lugar em que vivo. Essa experiência foi preciosa.”

O papel transformador do O Que Fazer No Nordeste

Para Raira, o O Que Fazer No Nordeste teve um impacto profundo em sua trajetória. “Foi um motivo de orgulho usar matérias escritas por alguém que vive e entende a comunidade, em vez de um olhar externo que vem e vai embora após a escrita”, ressaltou.

Ela também destacou o valor da plataforma para a comunidade. “Ser negro e periférico no mundo traz uma responsabilidade imensa. Ver as mídias sociais sendo usadas como ferramentas de transformação e educação é algo inspirador e necessário.”

Entre as matérias que mais a marcaram, Raira mencionou as publicações sobre a história do Nordeste de Amaralina. “Esses conteúdos, apresentados de forma didática e acessível, têm me encantado. É um orgulho ver pessoas tão engajadas dentro da própria comunidade.”

Reações e legado do TCC

A apresentação do trabalho foi um momento marcante para Raira, que conseguiu mesclar denúncia e resistência. “Foi especial mostrar o Nordeste de Amaralina sob uma ótica que denuncia as desigualdades, mas que também reforça a luta por melhores condições na educação.”

Ela acredita que o O Que Fazer No Nordeste tem potencial para ser referência em outros estudos acadêmicos. “Já houve dissertações e projetos acadêmicos que abordaram o Nordeste de Amaralina. O engajamento e a valorização da comunidade são caminhos para ir longe”, afirmou.

Planos para o futuro

Agora formada, Raira pretende se envolver mais ativamente nos movimentos sociais do bairro. “Quero participar das ações que já existem e, quem sabe, criar algo novo, voltado especialmente para a educação,” projetou.

Uma mensagem para os estudantes da comunidade

Raira finalizou com uma mensagem inspiradora:
“Quando entrei na universidade, via poucas pessoas da minha região por lá. Isso está mudando. Estamos conquistando mais espaço. A pior parte é entrar; a permanência é questão de paciência. Você vai conseguir! Para quem ainda não entrou: mantenha a fé. Você é semente.”

A história de Raira Gonzaga reforça o impacto do O Que Fazer No Nordeste como ferramenta de transformação e inspiração. É mais uma prova de que a informação e o engajamento comunitário podem abrir caminhos para conquistas maiores.