No Mês das Mulheres, celebramos trajetórias que inspiram, resistem e transformam. Hoje, destacamos a história de Amanda do Carmo, uma jovem psicóloga infanto-juvenil de 23 anos, moradora da Chapada, no Nordeste de Amaralina. Criada e educada dentro da comunidade, ela rompeu barreiras e se tornou uma profissional comprometida com a saúde mental e o futuro das crianças e adolescentes.
Desafios e Conquistas
Ser uma mulher preta e periférica em Salvador trouxe desafios que vão além da formação acadêmica. Desde cedo, Amanda enfrentou o preconceito disfarçado de opiniões “bem-intencionadas” que carregam estereótipos racistas e reducionistas sobre sua origem. Frases como “Nem parece que mora no Nordeste” ecoam um preconceito estrutural que persiste, alimentado por uma mídia sensacionalista e por uma sociedade que insiste em subestimar a inteligência e o potencial dos moradores das comunidades.
“Me pergunto de onde vem todo esse preconceito referente ao bairro, é da mídia sensacionalista? Ou de uma cultura preconceituosa e racista na qual seremos sempre estereotipados e julgados?”, questiona Amanda. Para ela, essa resposta nunca será simples, mas a solução começa pelo fortalecimento das vozes que emergem do próprio Nordeste de Amaralina.
O Caminho para a Mudança
A falta de oportunidades ainda é um dos principais entraves para que mais mulheres ocupem espaços de protagonismo. Segundo Amanda, muitas mulheres são excluídas de processos seletivos apenas por terem filhos ou pela cor de sua pele. Para mudar essa realidade, é essencial que empresas e instituições ampliem o acesso e criem ambientes mais inclusivos. “Não queremos favores, queremos oportunidades justas para mostrar nosso potencial”, ressalta.
Um Conselho para Outras Mulheres
Amanda acredita que o estudo é a ferramenta mais poderosa para romper barreiras e garantir ascensão profissional. “A sensação de conquistar um diploma é indescritível”, afirma. O caminho não é fácil, é exaustivo, mas a recompensa vale cada esforço. Seu conselho para outras mulheres é claro: “Estudem! Busquem conhecimento e não deixem que o mundo diga onde vocês podem chegar”.
Amanda do Carmo é um exemplo de resistência e inspiração. Sua história mostra que o Nordeste de Amaralina é, sim, um celeiro de talento, inteligência e protagonismo. Neste mês e em todos os outros, mulheres como Amanda merecem ser celebradas e ouvidas.