O Que Fazer Nordeste de Amaralina

O Comércio de Peixe no Nordeste de Amaralina

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Na Região Nordeste de Amaralina, o comércio de peixe foi uma das primeiras atividades que movimentaram a economia local. A pescaria era feita de forma bem organizada. O pescador saía para o mar, e o peixeiro ficava responsável por vender o que fosse pescado. O pescador não vendia direto para o consumidor; quem fazia isso eram os peixeiros, que já tinham compradores certos esperando.

Pai e filho pescadores: Agel e Ademir, pescando na praia de Amaralina, o registro é do Livro Memórias da Região Nordeste de Amaralina.

Quando o pescador voltava com a pesca, os peixeiros se aproximavam em suas canoas, já no mar mesmo, e pegavam o peixe. O pagamento não era feito na hora. O peixeiro vendia tudo no dia e voltava no dia seguinte para pagar o pescador, dividindo a quantidade pescada: 10kg para um, 20kg para outro, e assim por diante.

Os tipos de peixe eram muitos: Guaricema, Barbeiro, Piramboca, Galo, Bicuda, Sororoca, Cavala… Quando não tinha comprador, o peixe não era desperdiçado. Ao invés de jogar fora, eles doavam. “Já dei muita canoa cheia de Chicharro”, lembrava um dos pescadores, mostrando a solidariedade que existia na comunidade.

Inácio Amaral era um dos pescadores mais conhecidos da região. Todo ano, em dezembro, ele colocava uma rede de xaréu que ficava no mar por três meses. A cada dois ou três dias, mergulhavam para ver se tinha peixe. Quando puxavam a rede, a quantidade era impressionante, de 500 a 1.000 peixes de uma vez só.

Assim era o comércio de peixe, uma atividade simples, mas essencial para a comunidade. Todos tinham seu papel, e o peixe, mais do que um produto, era parte do sustento e da união da comunidade.