Hoje, celebramos uma data especial para a nossa comunidade. No dia 17 de junho de 1978, a Nordeste de Amaralina ganhou oficialmente sua certidão de nascimento através do Decreto-Lei nº 5.403/78, promulgado pelo Prefeito Fernando Wilson. Esse marco histórico veio em resposta a uma série de desafios enfrentados pelos moradores da região durante a década de 1970.
A criação da Zona Homogênea da Pituba, em 1976, trouxe consigo a ameaça da especulação imobiliária, que pressionou as populações mais empobrecidas da vizinhança. Com terrenos valorizados e grandes edifícios surgindo, os moradores da Nordeste de Amaralina, que haviam ocupado a área por meio de “regime de enfiteuse”, ocupação, parcelamento clandestino e outros mecanismos, se viram diante de uma dura realidade: a possível perda de seus lares e da identidade comunitária.
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Naquela época, a Nordeste de Amaralina já era a segunda maior favela de Salvador em termos populacionais, atrás apenas dos Alagados. Reconhecendo a importância de proteger a região da especulação imobiliária, a Escola de Arquitetura, técnicos do órgão de planejamento urbano da prefeitura – PLANDURB, e os moradores uniram esforços. Diversos projetos foram elaborados para criar uma Área de Proteção Sócioambiental (APSA), e o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) foi essencial para concretizar essa medida.
A exigência do BID, que condicionou os empréstimos para investimento no Itaigara à criação da APSA, levou à promulgação do Decreto-Lei nº 5.403/78. Com isso, a Zona Homogênea Nordeste de Amaralina foi instituída, englobando os bairros Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho e Vale das Pedrinhas. Este decreto não apenas oficializou a existência da região, mas também simbolizou a resistência e a união de sua comunidade.
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A partir de então, a Nordeste de Amaralina tornou-se um exemplo de perseverança e orgulho. Apesar das adversidades e pressões externas, a comunidade manteve sua identidade e continuou a lutar por melhores condições de vida e reconhecimento. Hoje, ao celebrarmos o aniversário da Nordeste de Amaralina, reconhecemos a importância de sua história e a força de seus moradores.