É exatamente isso que o sistema quer que os moradores da Região Nordeste de Amaralina façam. Que abandonem suas raízes, percam o sentimento de pertencimento e continuem apenas sobrevivendo a uma realidade muitas vezes cruel.
Você já refletiu sobre como o lugar onde vivemos afeta diretamente nossa qualidade de vida? No Nordeste de Amaralina, muitos são forçados a abandonar suas histórias e suas famílias devido à marginalização constante.
A negligência com a comunidade, desde o seu processo de ocupação e desenvolvimento, é evidente e cruel. Ano após ano, somos empurrados a aceitar e nos conformar com o mínimo que nos é oferecido, como se não fôssemos merecedores de algo melhor.
A realidade cotidiana marginalizada empurra moradores a abandonarem suas raízes, alimentando um ciclo vicioso de exclusão, falta de organização comunitária e ausência de investimentos voltados para as pessoas e, principalmente, para a juventude.
Educação precária, somada a uma realidade violenta e à tentação constante de alternativas negativas à porta, prende muitos em um ciclo de desesperança, sem perspectivas de um futuro melhor.
Viver nesse cenário faz com que muitos acreditem que essa é a norma. Que o máximo que se pode esperar é frequentar Amaralina nos finais de semana e aproveitar os bailes do complexo para fugir, por algumas horas, de uma dura realidade.
Mas e se essa realidade fosse transformada?
Segurança e bem-estar são possíveis quando há investimentos adequados. Não se trata apenas de tijolos e cimento, ou da construção de uma praça, mas da edificação de esperança.
Cada família merece um lar seguro, um espaço onde o medo do amanhã não seja uma constante. A mudança começa quando entendemos que todos têm direito a viver com dignidade, em um ambiente que respeite e valorize suas vidas.
É sobre criar um lugar onde as crianças possam brincar livremente, onde os jovens possam sonhar sem limites e onde os adultos vivam sem o peso esmagador da preocupação. É sobre resgatar e restaurar a dignidade que todos, sem exceção, merecem.