O Nordeste tem uma história rica de festas juninas e sambas juninos, uma tradição que permanece viva e em constante evolução. Uma parte significativa dessa herança cultural pode ser atribuída à influência da escola de samba Diplomatas de Amaralina, que contava com a participação de muitos de seus moradores.
Conheça a Escola de samba Diplomatas de Amaralina:
Após o encerramento dos festejos de carnaval promovidos pela Escola de Samba Diplomatas de Amaralina, a comunidade se voltou para os festejos de São João na região. Os preparativos para essas festas começavam na semana santa e incluíam ensaios que ocorriam nos finais da semana até os dias 23 e 24 de junho. Durante esses dias, grupos de sambas juninos percorriam pelas ruas dos bairros, usando camisas coloridas, chapéus e adereços, seguindo as tradições dos festejos juninos.
Conheça Beto Boqueirão e a história do Samba Boqueirão:
O Samba Boqueirão, fundado em 1968 por Beto Boqueirão, foi o primeiro grupo junino de Salvador. Este grupo, que ainda está ativo, reuniu cerca de 600 participantes e foi aguardado com grande expectativa pelos moradores da época, que assistiram emocionados ao desfile do bloco.
Joel do Nascimento, que acompanhou o desfile quando era criança.
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No final da década de 70 e início dos anos 80, com o declínio das Diplomatas de Amaralina e o surgimento dos blocos afro, a cena dos grupos juninos se intensificou. Durante esse período, diversos grupos surgiram, como o Samba Partideiro, o Samba Unidos do Capim, o Samba Elite, o Samba Show e o Samba Charme. Além disso, festivais de música e competições locais de samba-enredo realizaram oportunidades para compositores e cantores locais, resultando em músicas populares que ainda são lembradas, como “Vem meu amor”, gravada por Ivete Sangalo.
Os festivais de música e a cultura do samba junino desempenharam um papel crucial em manter os jovens afastados das ruas e proporcionaram um novo propósito em suas vidas. No início dos anos 90, esses eventos eram a força matriz por traz da promoção da música e do samba na comunidade.
No entanto, desafios como desorganização, conflitos internos, falta de apoio institucional e instrumentalização política levaram a um declínio nos grupos de samba junino. Em 2003, a Fundação Cultural buscou resgatar a tradição, mas muitos grupos já fecharam suas portas e os novos enfrentaram dificuldades para se estabelecer. Algumas iniciativas foram realizadas, mas ainda enfrentaram obstáculos significativos.
Apesar dessas dificuldades, a paixão pelo samba continua a fluir pelas ruas do Nordeste de Amaralina, expressa nos pagodes que ainda atraem os jovens da região. A tradição do samba junino persiste, mesmo que tenha evoluído ao longo do tempo. Ela representa não apenas uma forma de celebração, mas também a herança cultural e a força da comunidade.
Em 2023 o movimento foi resgatado e o São João foi comemorado em todas as ruas da comunidade.
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Todos os nossos materiais históricos, tem como fonte a escuta social através dos moradores e a utilização do Livro Traços e Laços, Memórias da Região Nordeste de Amaralina, desenvolvido em 2005 através do programa Viva Nordeste. O livro foi distribuído em escolas e é a única fonte segura existente sobre a Região Nordeste de Amaralina.
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